Maria Tereza Jorge Pádua, a mulher que criou 8 milhões de hectares em áreas protegidas no Brasil

17 de janeiro de 2024

Maria Tereza Jorge Pádua, a mulher que criou 8 milhões de hectares em áreas protegidas no Brasil

Com uma vida dedicada à conservação da natureza, Maria Tereza Jorge Pádua, a “mãe dos parques nacionais”, fala sobre sua carreira, conquistas e o Brasil que deseja

Maria Tereza Jorge Pádua não sabe precisar quando começou a ser pioneira. Mas é o que foi durante toda a vida, enquanto abria caminhos na conservação e liderava equipes responsáveis pela criação das primeiras grandes áreas protegidas na Amazônia. Seu legado se estende por mais de 8 milhões de hectares hoje protegidos no país e inclui unidades de conservação emblemáticas como Trombetas, Chapada Diamantina e Atol das Rocas. Fã de carteirinha de Euclides da Cunha e seus “sertões” e com um nome já cimentado na história ambiental da conservação do país, Maria Tereza conversou com ((o))eco sobre carreira, universidade, culinária e, claro, meio ambiente. 

Maria Tereza já havia nos concedido uma entrevista por videoconferência em 2021 e, no final de 2023, voltamos a conversar com a ambientalista. Na primeira ocasião, os jornalistas Aldem Bourscheit, Daniele Bragança, Duda Menegassi e Paulina Chamorro passaram duas horas fazendo todo tipo de pergunta. O farto material não foi publicado. Na ocasião, Maria Tereza estava pessimista em relação ao país e lamentava ter que ver o retrocesso de 50 anos na área da conservação imposta pelo governo Bolsonaro: “O presidente que nós temos não sabe o que fala na área de conservação da natureza. É uma pena, é uma vergonha para nós todos”, disse na ocasião. Ouvi a entrevista na íntegra e retomei a conversa como se tivesse participado da primeira, mas não tocamos no tema política e falamos pouco sobre criação de unidades de conservação, o feito pela qual é mais conhecida e que possui inúmeros materiais escritos, inclusive aqui em ((o))eco. A ideia era falar mais sobre a Maria Tereza que está além da funcionária dedicada do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal que liderou a criação de mais de 20 Unidades de Conservação no país, como os Parques Nacionais da Amazônia, Cabo Orange e Serra da Canastra, além das Reservas Biológicas de Atol das Rocas, Rio Trombetas e Poço das Antas, para ficar apenas em seis exemplos.

Após algumas tentativas, finalmente a videochamada dá certo e a entrevista começa. Do outro lado da tela, vemos uma senhora de cabelos castanhos brilhosos, dona de uma gargalhada contagiante, sem se importar com as dificuldades que encontramos para a nossa entrevista iniciar. Lá estava Maria Tereza Jorge Pádua, direto do Peru, onde há mais de vinte anos passa metade do tempo – ela é casada com o ecologista peruano Marc Dourojeanni, professor emérito da Universidade Nacional Agrária de Lima. Há vinte anos, eles vivem uma rotina que é dividida entre Lima e Brasília.

Aos 80 anos de idade, Maria Tereza continua ativa. Hoje, além de palestras e artigos escritos, faz parte do Conselho da Associação O Eco, membro do Conselho da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e da comissão mundial de Parques Nacionais da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN).

Lembranças da infância, da vida acadêmica e do trabalho de conservação da biodiversidade


Bem à vontade, a conservacionista fala sobre a sua infância na cidade de São José do Rio Pardo, município a 219 km de São Paulo. Quem vê hoje a notória ambientalista, responsável pela criação de uma imensa lista de unidades de conservação em todo o país, não imagina que foi a leitura de Os Sertões, de Euclides da Cunha, o divisor de águas para sua carreira. “Eu comecei a gostar da natureza lendo Os Sertões. Quando eu o li pela primeira vez, era uma menina, tinha 12 para 13 anos. É claro que não entendi quase nada. Sou da terra onde Euclides da Cunha escreveu essa obra prima. Nasci em São José do Rio Pardo, então, sou euclidiana em tudo quanto é canto. Aquilo [o livro Os Sertões] foi extremamente importante. Então, eu recomendo para todo mundo”.


“Os Sertões foi uma porta que se abriu no meu caminho e daí eu pensei em trabalhar com Cerrado, com sertões, com flora e com fauna, isso depois de adulta e de formada. Eu lia demais. Quando mocinha, lia José de Alencar, Machado de Assis, eu adorava. Então, Os Sertões foi o livro que mais me impressionou na vida. Eu gosto de ler até hoje. Sempre gostei demais de tudo que tinha filosofia ou que tivesse qualquer coisa da área ambiental como descrição de ecossistemas, de flora, de fauna. Eu, por exemplo, adoro os livros do meu marido”, diz a ecologista, aos risos. 


Ainda sobre a sua infância, Maria Tereza lembra das vezes em que passava os dias na chácara dos avós maternos. A ambientalista lembra que o lugar ficava de frente ao rio Verde. “Eu aprendi desde cedo a ter muito amor pelas matas ripárias, as ciliares, porque nós nadávamos e pescávamos nesse rio. Eu logo comecei a gostar da mata e dos animais. Daí para trabalhar com isso foi um pulo. Sou engenheira agrônoma. Na época, era a profissão mais próxima da área ambiental. E meu primeiro emprego importante foi com conservação. Isso já faz 50 anos”.


A mãe, Gessy Jorge, era neta de italianos e o pai, Nicolau Jorge, de sírios-libaneses. Vem daí o seu gosto por culinária, sua paixão por cozinhar. “Eu cozinho muito bem. Faço comida árabe com facilidade, porque sou neta de árabes por parte de pai, e comida italiana, porque sou neta de italianos por parte de mãe. Também me dedico à culinária peruana, porque sou casada com o Marc. Eu sempre adorei doce em casa”.


Quando os seus pais se casaram, a mãe de Maria Tereza era muito nova, ia fazer 19 anos. Dos quatro filhos que tiveram, dois morreram na infância. Sobreviveram apenas Maria Tereza e o seu irmão mais novo, José Fausto Jorge, que vive na cidade de Sorocaba. Os pais trabalhavam numa rede hospitalar do Estado de São Paulo com referência em tuberculose. A mãe trabalhava no serviço administrativo de enfermagem, 0 pai era diretor administrador.


Em 1962, Maria Tereza Jorge Pádua entrou para a Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, para cursar a faculdade de Engenharia Agronômica. Sua vida como universitária, longe dos pais, não foi fácil. 


A ambientalista enfrentou dificuldades financeiras e, como o curso de engenharia agronômica era em período integral, não conseguia trabalhar. Seus pais nunca deixaram de apoiá-la, mas ganhavam pouco e não podiam sustentar a filha universitária; moravam numa casa no próprio hospital para tuberculosos.


Durante os seus quatro anos como universitária, Maria Tereza se virou como pode e reconhece que, apesar das adversidades, teve ajuda de muitas pessoas. “Na época, eu morava na garagem de uma senhora em Lavras. Essa senhora e o irmão moravam juntos e embaixo da casa tinha uma garagem, um quartinho com um banheiro. Eu trabalhei no laboratório de solos da própria universidade. Recebia uma bolsa, que era pouco, metade de um salário-mínimo na época. Eu vivia com muitas dificuldades. Em frente à casa onde eu morava, tinha um buraco, um declive, onde eu plantava a minha horta e comia o que tinha plantado. Depois, comecei a namorar um rapaz, o pai dos meus filhos [o engenheiro agrônomo Luís Fernando Pádua], que era de uma família bem financeiramente em Lavras, e eles também me ajudaram muito”, lembra a conservacionista.


“Olha, eu fiz muitas refeições no bandejão da faculdade – declara a ambientalista aos risos – e também tinha a dona Conceição, mãe de uma grande amiga, a Sônia Maria Pereira [Wiedmann, advogada da área ambiental} que hoje mora em Brasília. A dona Conceição me esperava no portão da casa dela porque ela sabia que eu não tinha como comprar comida. Então, na hora em que subia, depois de trabalhar no laboratório de solos, ela ficava na porta, fazia eu entrar. Ela punha nas suas mesas gigantescas: café, doce, pão de queijo e dava para eu me alimentar”.


“Eu, às vezes, ficava com tanta vergonha que ia pela rua de trás, fugia de vez em quando, porque era meio vergonhoso ir todos os dias. Mas nós acabávamos nos encontrando porque Lavras era uma cidade muito pequena, todo mundo se conhecia. E teve também o pai de uma amiga, na época, o tio Romeu Alvarenga, que foi um segundo pai para mim”, lembra Maria.


Para se distrair, Maria Tereza passava no Bar do Ponto, onde parava para beber uma pinguinha, como ela mesma diz, aos risos. Mas, segundo a conservacionista, o dono do bar sabia que ela tinha dificuldades em comprar comida e sempre dava alguma coisa para ela comer. “Ele não me cobrava. Se eu comesse alguma coisa, ele ‘esquecia’ de marcar para pagar depois”.


“Eu só tenho a agradecer de ter tido a vida que tive, que dependeu de muitas pessoas boas, de bons ensinamentos, de excelentes professores. Eu não tinha carro para ir à universidade. Tinha de ser a pé. Eu andava meia hora com passo rápido, mas eu sempre penso: ‘Foi a melhor ginástica que eu fiz na vida’”, lembra.


Atrevida. Esse é o adjetivo que Maria Tereza usa para se descrever. Sem dúvida essa qualidade foi fundamental para que a conservacionista galgasse espaços que antes pertenciam somente aos homens. Estudiosa, boa aluna, conhecia muito de biodiversidade. No caminho, entretanto, teve que lidar com o machismo. Era uma das quatros mulheres em toda a universidade e a única mulher da turma de aulas práticas. A engenheira agronômica lembra que chegou a pilotar um monomotor e ouviu o gracejo : ‘Vai entrar num avião, vai manejar um trator?’. Maria, que chegou depois a dar aulas em curso de aviação, entende que isso era uma forma de vê-la como uma mocinha indefesa que precisava de proteção. 


A ecologista nunca se deixou abater e enfrentou os preconceitos de sua época. “No dia que coloquei uma calça, meu Deus do céu! O meu pai me viu e foi aquele choque violento, porque moça de boa família não andava de calça comprida”. 


“Éramos quatro mulheres em toda a Universidade Federal de Lavras. Uma é minha comadre, madrinha de um filho meu. Então, realmente é uma situação, que a gente se sentia… não digo perseguida, mas a gente se sentia vigiada. Mas tem um bom lado, muita gente nos vigiava com amor também. Tínhamos os invejosos, como sempre tem, como em qualquer lugar da sociedade. Mas eu fui mais privilegiada do que perseguida”, afirma Maria Tereza.


“Eu acho que realmente foi difícil me ver enfrentar certas situações, mas enfrentá-las me deu um gabarito excelente. Eu passei a ter muita compreensão, muito amor de pessoas e famílias”, continua a engenheira agronômica. 


E foi esse excelente gabarito que fez de Maria Tereza uma das maiores conservacionistas do mundo e pavimentadora de muitos caminhos que inspiram ambientalistas até hoje. Ao ser perguntada sobre o seu pioneirismo, Maria Tereza Jorge Pádua responde lisonjeada: “É muito chique isso. Eu acho que fui, assim, uma das primeiras, da minha época. E quem trabalhou comigo, nós tivemos, realmente, que abrir um pouco de caminho, porque naquela época ninguém se importava muito com meio ambiente, com preservação da biodiversidade. Era tudo muito diferente. Se preocupavam só com o turismo, como Cataratas do Iguaçu. Então, a preservação da biodiversidade era uma coisa que quase ninguém falava”. 


Maria Tereza se graduou em 1966. Depois de formada casou-se com Luís Fernando Pádua com quem teve três filhos: Alexandre, Cláudio Túlio e Fausto Luiz. Em 1968, mudou-se para o Rio de Janeiro e conseguiu um cargo no setor de parques nacionais do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que havia sido criado um ano antes. O órgão precedeu o Ibama, que ela viria a presidir em 1992. 


Foi no IBDF, local onde chegou a ser secretária-geral, que Maria Tereza começou seu caminho até se tornar a “mãe das unidades de conservação”. 


Quando chegou ao IBDF, o Brasil tinha somente 15 unidades de conservação, e apenas uma na Amazônia, a Floresta Nacional de Caxiuanã. De proteção integral não havia nenhuma. Quando Maria Tereza pediu demissão em 1982, já contávamos com 63 unidades de conservação federais no país, sendo 14 de uso sustentável e 49 de proteção integral. O motivo da ambientalista entregar o cargo foi a decisão do então presidente Figueiredo de autorizar a construção de uma estrada dentro do Parque Nacional do Araguaia, no Tocantins. O projeto foi engavetado logo depois, mediante ampla campanha contrária.


Numa época em que pouco se falava em meio ambiente, criar unidades de conservação exigiu esforços, conscientização e vencer desafios. Maria Tereza tinha uma equipe pequena, de poucos recursos, então teve que pedir ajuda. A ecologista fala sobre esse começo e a elaboração de um plano de Sistemas de Unidades de Conservação no Brasil, principalmente na Amazônia. Ela destaca o papel de Kenton Miller, engenheiro florestal americano que participou do movimento conservacionista e na propagação de unidades de conservação na América Latina.


“Kenton Miller era especialista em parques nacionais nos Estados Unidos e veio fazer um trabalho no Brasil, no começo da década de 1970, já que despertava interesse na Amazônia, como vários ambientalistas no mundo”, explica a engenheira agronômica. “Ele se baseava no sistema de unidades de conservação dos Estados Unidos, mas havia trabalhado também em outros países tanto da África quanto da América Latina, como o Chile”, continua Maria Tereza.


“Eu não tenho nenhuma vergonha de falar que eu me baseei muito em Kenton Miller. Nós pagávamos consultoria para ele, mas Miller também trabalhava sem receber para fazer o sistema de parques nacionais no Brasil”. 


Até 1974, só havia uma unidade de conservação criada na Amazônia, a Flona [Floresta Nacional] no Pará. As perguntas martelavam a cabeça: como começar, onde e como com tão poucos recursos. “Vários cientistas haviam indicado centros de endemismo na Amazônia brasileira. Onde nós vamos procurar as unidades de conservação? Nos centros de endemismo que a Amazônia teve no Pleistoceno [época compreendida entre 2,5 milhões e 11,7 mil anos atrás, sendo pertencente ao Período Quaternário da Era Cenozóica], então esses centros de espécies endêmicas deram o que é a Amazônia de hoje”, explica a ambientalista.

E Maria Tereza continua: “Na época eram fotografias aéreas feitas com sobrevoos, com mapas do Inca, etc. Não eram satélites (risos). Vários institutos do Brasil tinham estudos na Amazônia. Usamos muito o Projeto Rondon [plano desenvolvimentista implementado no Governo Médici, em 1968, que levou universitários a terem contato com comunidades do Norte e Nordeste do país para implantar ações assistenciais nesses lugares]”.


Num período difícil como o regime militar, Maria Tereza afirma que se sente sortuda de conseguir implantar unidades de conservação (UC’s) nessa época. Claramente contrária à ditadura militar, mesmo assim, reconhece a participação e a ajuda de figuras como o almirante Ibsen de Gusmão Câmara e do também almirante José Luís Belart, e os descreve como ‘figuras impagáveis e inesquecíveis’ no processo de implementação das UC’s no país. Os dois almirantes foram as pontes que Maria Tereza tinha com as Forças Armadas. Tanto Ibsen quanto Belart eram apegados à ideia de se fazer unidades de conservação no país. 


De tantas unidades de conservação criadas, tem uma que não sai da mente da ecologista: a criação da Reserva Biológica (Rebio) do Rio Trombetas, no Pará, no dia 21 de setembro de 1979. Não que a Rebio seja mais importante do que tantas outras que Maria Tereza ajudou a criar. O motivo da lembrança e da emoção é que essa UC foi proposta pelo primeiro marido da ambientalista, Luís Fernando Pádua, que estudava tartarugas de água doce em Trombetas.


“No dia em que foi criado o Rio Trombetas, eu chorava. Eu fui fazer maquiagem, acho que entre seis e meia às sete da manhã. A cerimônia foi cedo. Na hora que o Figueiredo [presidente João Figueiredo] assinou o Trombetas, eu comecei a chorar e o Ibsen sentado ao meu lado falou assim: ‘Cê tá chorando lágrimas negras’. Porque eu estava pintada, tinha feito maquiagem e fiquei toda borrada. Eu com o presidente da República e tudo, ele me deu o lenço. Eu nunca devolvi o lenço. Ficou de história (risos)”, lembra Maria Tereza. 


“Mas o Rio Trombetas me emocionou demais. Eu acho que o envolvimento do Luís, de ter feito todo o trabalho lá, envolvendo os meus filhos e tal. Com a primeira unidade marinha, eu também fiquei louca, que foi Fernando de Noronha. Eu amo cada uma. Foram muitos anos, 50 anos na área. Eu tive a chance de ver muita coisa bonita. Muita coisa boa acontecer”, acrescenta a conservacionista.


Em 2016, foi contemplada com a medalha John C. Phillips, honraria existente desde 1963, concedida a personalidades que dedicaram a vida à causa da conservação. Pela primeira vez, o prêmio foi concedido ao Brasil e Maria Tereza se tornou a segunda mulher, depois de Indira Gandhi, a ser agraciada com uma das maiores honrarias na área da conservação mundial.


Embora concorde que a conscientização sobre a importância da preservação e conservação da natureza tenha melhorado ao longo das décadas, Maria Tereza afirma que, na prática, a proteção da biodiversidade deixa muito a desejar no país. “Eu sinto mais do que tudo, quando as pessoas falam de meio ambiente com um pouco de escárnio. Quando falam de fauna e flora, o escárnio é maior até. Existem pessoas que brincam: ‘‘Tá preservando bichinho, ‘plantinha’. Mas é extremamente importante nós preservarmos a biodiversidade para a nossa própria vida”.

Por Kiw Assessoria 23 de dezembro de 2024
No último sábado, 21 de dezembro, o Assentamento Onalício Barros e o Acampamento Beatriz Bandeira, localizados em Caseara/TO, na APA Ilha Bananal/Cantão, foram cenário de uma atividade marcante que consolidou as etapas finais do Projeto Jovem Cerrado. Coordenado pela Associação Onça D’água, o projeto promoveu a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o fortalecimento de quintais produtivos, valorizando saberes agroecológicos e reafirmando o compromisso com a conservação do Cerrado e a com a produção sustentável das comunidades locais. Caylane Souza, jovem liderança de Porto Nacional, explicou como o SAF pode ser um instrumento de transformação ambiental e social. Ela ressaltou que a técnica possibilita regenerar áreas degradadas e melhorar a qualidade de vida das comunidades. “Com o SAF, recuperamos o solo, enriquecemos a microbiota e transformamos o microclima. É gratificante compartilhar esses conhecimentos com a comunidade, vendo as mudanças concretas que ele proporciona”, aponta. Para Geniffe Kariny, jovem liderança do Assentamento Onalício Barros, a chegada do SAF representa mais do que uma técnica sustentável — é uma forma de repensar a interação com o meio ambiente. Ela destacou o impacto da iniciativa em uma região cercada pelo agronegócio, caracterizada por monocultura em grande escala. “Essa iniciativa traz uma nova forma de interagir com o meio ambiente. Trabalhar em equipe, envolvendo jovens e adultos, reforça o protagonismo comunitário e a consciência ambiental que tanto precisamos”, compartilha. A jovem Nathalia Sales, do Acampamento Beatriz Bandeira, trouxe à tona o papel essencial da juventude no projeto. Ela enfatizou que a vivência prática é um aprendizado que servirá como base para iniciativas futuras. “Com essa vivência, estamos mais confiantes para implementar outras ações no próximo ano. É uma oportunidade de ampliar o impacto do desenvolvimento sustentável em nossa comunidade”, diz. Lidejane Lopes, presidente da Associação de Mulheres Agroextrativistas da APA Cantão (AMA Cantão), compartilhou sua satisfação em ver como o SAF pode trazer resultados concretos mesmo em pequenos espaços. Ela destacou que o sistema é acessível e de alta produtividade, permitindo a organização de diversas culturas, como mangaba, banana, mandioca, açafrão e feijão. “Trabalhar coletivamente foi uma experiência enriquecedora. O SAF mostrou que com organização e baixo custo podemos transformar pequenas áreas em grandes oportunidades”. Já Ana Lúcia Rodrigues, moradora do Assentamento Onalício Barros, presidente da Associação Antonio Francisco Brasil, e militante do MST Tocantins, refletiu sobre como o trabalho coletivo e a prática do SAF trouxeram novas perspectivas para a comunidade. Segundo ela, o aprendizado ajudou a superar medos e encorajou a todos a acreditar na viabilidade da técnica. “Antes, parecia impossível implementar um SAF, mas hoje vimos que, com união, é totalmente viável. A juventude nos inspira e nos dá certeza de que estamos construindo um futuro promissor para todos”, destaca. O evento, realizado na Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão, contou com o apoio do Fundo Casa Socioambiental e colaboração da Coalizão Vozes do Tocantins e da AMA Cantão. A iniciativa foi além da técnica, fortalecendo o protagonismo comunitário e destacando a juventude como agentes de transformação.
Por Kiw Assessoria 28 de outubro de 2024
No dia 25 de outubro de 2024, a comunidade do Quilombo do Prata, em São Félix do Tocantins, na região do Jalapão, consolidou o resgate da cultura de aproveitamento de frutos do Cerrado, a partir da Farinhada de Jatobá, reunindo gerações em torno deste que é um dos frutos mais simbólicos e valiosos do Cerrado. A atividade foi coordenada pela família de Darlene, importante liderança local, e contou com a participação da comunidade e de apoiadores institucionais, interessados em vivenciar esse momento de cuidado, cultura e sustentabilidade. O jatobá (Hymenaea courbaril), árvore nativa do Cerrado, é reverenciado não apenas por sua resistência ao clima seco da região, mas também por seu fruto, que possui um alto valor nutritivo e é utilizado em diversas práticas alimentares. A produção da farinha do jatobé é uma tradição mantida pelas famílias em comunidades rurais e representa muito mais do que uma prática econômica: é um ato de resistência e manutenção dos saberes no contexto alimentar e medicinal, que são repassados de geração em geração. A farinha extraída do jatobá é rica em fibras, cálcio e magnésio, tornando-se um alimento fundamental na dieta das comunidades locais. O agroextrativista Zé Mininim, figura muito conhecida pelo manejo do jatobá na região, explica que o fruto vem se tornando um alimento valioso e ganhando espaço em diversas áreas, como na merenda escolar e até em sorveterias. “Sabemos que há potencial para muito mais. É importante promover a educação florestal pois muitos jovens ainda não conhecem a importância do produto. Considero que é uma árvore de grande valor e precisamos incentivar a valorização”, diz. Na oportunidade, a Associação Onça D’água fez a entrega oficial de uma despolpadeira de frutos à Zé Mininim, um equipamento adaptado pelo inventor Enoque Oliveira Freitas para despolpar a farinha do fruto do jatobá, equipamento prático que será um marco na produção desse tipo de farinha, antes processada com uso do pilão de madeira, onde o processo era todo manual e com baixo rendimento. Rejane Nunes, supervisora da Área de Proteção Ambiental (APA) Jalapão aponta que desde que assumiu a gestão em 2015, o extrativismo sustentável tornou-se uma prioridade. “Parte da renda das famílias locais vem da venda dos frutos do Cerrado, e nossa missão é apoiar todas essas famílias. Atuamos por meio da Rede Jalapão, que é uma rede de colaboradores composta por comunitários, instituições e parceiros. Temos sempre um olhar especial para essas comunidades, buscando melhorar a renda, a qualidade de vida e a segurança alimentar”, comenta. Para Darlene Francisca, anfitriã do evento, é gratificante ver que todos estão juntos nessa causa, pois a natureza está se deteriorando e precisa urgentemente de atenção. “Na produção da farinha, fazemos o manejo sustentável. Não colhemos todo o Jatobá, deixando parte dele para que possa crescer mais árvores. Além disso, quando retiramos os caroços, os jogamos de volta na natureza para que novos pés do fruto possam nascer”, manifestou. A jovem liderança Nathália Sales, participou pela segunda vez de uma farinhada, por meio do Projeto JOVEM CERRADO, e destaca que sua primeira experiência foi no Assentamento Onalício Barros, em Caseara/TO. “Através disto, percebemos a valorização dos frutos do Cerrado e a união das pessoas. Isso nos dá mais coragem para implementar nossos projetos no Assentamento de onde venho, em parceria com o Acampamento Beatriz Bandeira. Por lá teremos a horta comunitária, o sistema agroflorestal (SAF), tanques de peixes, apicultura e muitas outras iniciativas que estão sendo desenvolvidas em conjunto. A união das pessoas na Farinhada de Jatobá nos inspira”, diz. A Farinhada de Jatobá foi um momento de integração comunitária, onde jovens, adultos e idosos trabalharam em conjunto, fortalecendo os laços que sustentam a vida. Mais do que uma atividade produtiva, um ritual de comunhão com a natureza e de respeito aos ciclos do Cerrado, mostrando que é possível harmonizar o uso dos recursos naturais com a preservação do bioma. Durante o evento, foram trocadas experiências sobre o manejo sustentável do jatobá e o papel que ele desempenha na segurança alimentar e na economia das comunidades. O manejo extrativista desse fruto não apenas gera renda para as famílias, mas também garante a continuidade das práticas agroextrativistas que protegem o bioma de formas predatórias de exploração. A prática integra a produção alimentar com a proteção ambiental, ressaltando a importância de preservar as áreas naturais ao mesmo tempo em que se utilizam de forma consciente seus recursos. A realização do evento foi da Associação Onça D’água e do Povoado Quilombo do Prata, com o apoio do Fundo Casa Socioambiental, da Coalizão Vozes do Tocantins e da Área de Proteção Ambiental Jalapão (APA Jalapão). Nota: Enoque Oliveira Freitas é inventor e proprietário da empresa Plasnautica, que recicla materiais plásticos para produção de bancos ecológicos, cadeiras escolares, barcos e outros produtos, apoiando a reciclagem no município de Palmas e ajudando na conservação da natureza.
Por Kiw Assessoria 28 de outubro de 2024
No dia 24 de outubro de 2024, o Projeto Jovem Cerrado realizou a 2ª Roda de Conversa e Oficina de Comunicação no Povoado Quilombo do Prata, em São Félix do Tocantins, região do Jalapão. O evento reuniu jovens e lideranças comunitárias para debates e trocas de conhecimento sobre o papel da comunicação como ferramenta essencial para fortalecer as tradições locais e promover a sustentabilidade no Cerrado. Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de aprender novas formas de comunicação comunitária, explorando maneiras de expressar suas realidades e os desafios enfrentados por suas comunidades. Técnicas de comunicação visual, escrita e uso de redes sociais foram compartilhadas para ajudar a visibilizar temas cruciais para a região, como a preservação ambiental, o agroextrativismo e a valorização das culturas. Gabriela Sousa, jovem liderança do Quilombo do Prata, destacou a relevância do encontro para os jovens locais. "Contamos com a participação de jovens da nossa comunidade e da região em um dia de muito aprendizado. Tivemos momentos de trocas importantes no qual esperamos ter contribuído para a manutenção do Cerrado em pé e sustentabilidade nas comunidades!", ressaltou Gabriela. Caylane Souza, jovem liderança do Projeto Jovem Cerrado, enfatizou o impacto dos jovens na condução de eventos como este: "É muito importante ter esses eventos liderados por jovens, uma vez que a gente pode conscientizar esses jovens e isso acaba beneficiando-os de forma benéfica Esperamos ainda que eles possam estar compartilhando isso em suas comunidades para que surjam novas lideranças para nos acompanhar nessa luta”, diz. Para Fernando Pereira, jovem participante do evento, a experiência foi enriquecedora: "Eu só tenho a gratidão por um momento tão rico e de trocas que são permitidas no cenário que vivemos. O Cerrado é a nossa casa, um ambiente incrível que nos deixa maravilhados com cada oportunidade que ele dá, como frutas valiosas, uma casa para os animais e muitas outras coisas. Mas precisamos cuidar deste bem, respeitando ele e tirando apenas aquilo que ele nos dá”, afirma. O encontro também foi marcado por momentos de diálogo, onde os jovens puderam refletir sobre a importância de dar voz às suas experiências e conhecimentos. As conversas abriram espaço para discutir o futuro das comunidades e como a comunicação pode ser utilizada como uma ferramenta de resistência e transformação social, fortalecendo o engajamento da juventude na proteção do bioma e na manutenção das tradições. Essa ação integra as atividades do Projeto Jovem Cerrado, desenvolvido pela Associação Onça D'água em parceria com os jovens do Assentamento Onalício Barros, Povoado Quilombo do Prata e Acampamento Beatriz Bandeira. O projeto conta com o apoio do Fundo Casa e da Coalizão Vozes do Tocantins.
Por Kiw Assessoria 22 de outubro de 2024
No dia 19 de outubro de 2024, foi realizada a Farinhada de Jatobá no Assentamento Onalício Barros, em Caseara - TO. O evento contou com a participação da juventude do Projeto Jovem Cerrado, apoiados pela Associação Onça D'água, que apoia a gestão de Unidades de Conservação no Tocantins, e da Associação de Mulheres Agroextrativistas do Cantão (Ama Cantão). A atividade valoriza a prática do agroextrativismo, ressaltando a sabedoria ancestral e a segurança alimentar, com foco na conservação do Cerrado. O jatobá é utilizado no processamento de alimentos devido ao seu valor nutricional, se destacando no enriquecimento de bolos, pães, biscoitos e vitaminas, contribuindo para a alimentação natural e saudável. Para Lidejane Lopes, presidente da Ama Cantão, o momento representa um cuidado essencial com a árvore do jatobá, vital para o bioma local. Ela destacou o potencial econômico do jatobá, que beneficia mulheres rurais e jovens interessados na preservação do Cerrado. "Queremos manter o Cerrado em pé e mostrar que outras frutas também têm valor. É possível trabalhar em conjunto, unindo esforços com todos os parceiros", afirmou. A presidente agradeceu aos parceiros que tornam o evento possível, a Associação Onça D’água, o Fundo Casa Socioambiental e a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática. Agradece especialmente a presença do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). "A valorização dos frutos do Cerrado é importante para gerar renda e fortalecer as comunidades. Esta é a segunda farinhada no Onalicio Barros, e pretendemos realizá-la anualmente, formando uma rede de pessoas que se importam com o meio ambiente", acrescentou. Ana Lúcia Rodrigues, presidente da Associação Antônio Francisco Brasil e militante do Movimento Sem Terra (MST), também apontou a importância da farinhada. "Agradecemos aos parceiros por estarem presentes. É gratificante receber a farinhada aqui, pois isso motiva mulheres extrativistas e a juventude a se unirem na luta pela proteção do Cerrado", afirmou. A militante destacou que cuidar da natureza é uma responsabilidade coletiva. "Se não cuidarmos, tudo pode acabar, especialmente o Cerrado. A farinhada do jatobá oferece benefícios nutricionais e promove uma alimentação saudável, que estamos introduzindo em nossas vidas e ensinando às nossas crianças. Nossos parceiros contribuem para fortalecer as comunidades e a base para o cuidado do Cerrado", completou. A jovem Geniffe Kariny, representante do Projeto Jovem Cerrado, expressou satisfação em participar do evento. "Estamos na Farinhada de Jatobá, que é uma oportunidade de troca de experiências entre jovens, mulheres e adultos. É valioso compartilhar momentos como este", disse Genife, destacando a importância da união entre as gerações para a preservação dos saberes do Cerrado.  A Farinhada de Jatobá, além de valorizar os conhecimentos tradicionais na produção da farinha, conta com o apoio de diversas organizações, como o Fundo Casa Socioambiental, a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática, a APA Ilha do Bananal/Cantão. A iniciativa destacou o fortalecimento comunitário e a valorização das práticas sustentáveis, fundamentais para a preservação dos recursos naturais e para a autonomia alimentar das famílias do assentamento.
Por Ascom Avinac 30 de agosto de 2024
Indicando uma série de ilegalidades, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação que pede a anulação do licenciamento concedido para a construção de trecho de hidrovia no Pará. A iniciativa foi endossada por pesquisadores em Audiência Pública nesta quarta-feira (28), realizada pela Comissão de Meio Ambiente do Senado. O projeto denominado “Dragagem e Derrocagem da Via Navegável do Rio Tocantins” é uma nova tentativa de viabilizar a Hidrovia Araguaia-Tocantins e acende alerta para organizações em toda a extensão dos rios, que perpassam Pará, Tocantins e Goiás. Mais de 50 organizações da sociedade civil se manifestaram. O projeto, organizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), busca facilitar o escoamento de commodities agrícolas e minerais, mas envolve intervenções significativas no leito do rio Tocantins e, conforme ação do MPF, faltou ser realizada consulta prévia, livre e informada às comunidades que devem ser impactadas, e não houve a demonstração de viabilidade da obra. As intervenções incluem a retirada de bancos de areia (dragagem) e de afloramentos rochosos (derrocagem) ao longo de 560 km, criando um canal de navegação para grandes embarcações e comboios de barcaças. No entanto, para avançar com o empreendimento, foram adotados artifícios ilegais e sem embasamento técnico que reduziram artificialmente as “áreas de influência” do projeto. Inicialmente, o empreendimento licenciado era a Hidrovia, mas após mudança de entendimento institucional, a avaliação de impactos ambientais foi restrita apenas às obras propostas, como um fatiamento das licenças ambientais, desconsiderando as consequências da hidrovia como um todo. Além disso, foram adotados critérios artificiais para o cálculo de abrangência de impactos diretos e indiretos (3 km em caso de comunidades ribeirinhas e 10 km no caso de comunidades indígenas e quilombolas), o que exclui diversas comunidades que realizam atividades tradicionais de pesca e navegação na região. “O resultado prático de uma avaliação incompleta é a precarização da vida e o empobrecimento das comunidades ribeirinhas. Portanto, a classificação como atividade não impactante jamais poderia ter sido adotada como premissa, pois carece de embasamento técnico e desconsidera a relação inextrincável entre a obra e o aumento do trânsito de embarcações”, explica o Ministério Público Federal na referida ação. Os impactos potenciais deste empreendimento são alarmantes e abrangem diferentes aspectos. O canal de navegação pode provocar erosão das margens e ilhas, alterar a força, velocidade e direção das correntes, contaminar a água por efluentes e outros danos à qualidade da água. A dragagem e a derrocagem podem afugentar e perturbar o comportamento da ictiofauna, dificultar a recuperação dos estoques pesqueiros (região de lagos, lagoas e berçários naturais) e introduzir espécies exóticas no ecossistema. As mudanças nas rotas de navegação e locais de pesca, somadas ao aumento do esforço pesqueiro, podem reduzir a lucratividade da atividade. Vindo a comprometer toda a cadeia produtiva da pesca. A pesca artesanal, amadora e o Turismo da Pesca Esportiva no rio Tocantins, são as atividades econômicas mais importantes na região, e qualquer impacto terá repercussões graves sobre a segurança alimentar e nutricional dessas comunidades. A perda e alteração do habitat aquático e a diminuição da atividade pesqueira são consequências esperadas, com magnitude e relevância elevadas. No mais, diante das mudanças do clima, conforme as previsões de crise hídrica, a navegabilidade do Rio Tocantins pode ser seriamente comprometida, tornando o investimento, que é bilionário, um desperdício de recursos públicos, com os custos recaindo sobre a sociedade e o meio ambiente. Diante dessa situação, organizações com atuação nos três estados afetados iniciaram mobilização para discutir e divulgar os perigos que esse empreendimento representa, se opondo à continuidade da obra sem os devidos estudos, consultas e licenças que levem em consideração a amplitude dos impactos socioambientais. Desta forma, assinam este posicionamento as seguintes organizações. Confira a Ação do Ministério Público Federal na íntegra aqui: https://www.mpf.mp.br/pa/sala-de-imprensa/documentos/2024/acp-mpf-anulacao-licenca-derrocamento-pedral-lourenco-1035924-87-2024-4-01-3900.pdf A Vida no Cerrado - AVINC Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins - APA-TO Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins - ARPIT Articulação Tocantinense de Agroecologia - ATA Associação Alternativa Terrazul Associação Brasileira de Antropologia - ABA Associação da Comunidade Ribeirinha Extrativista Vila Tauiry - ACREVITA Associação de Amigos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - AVE Associação de Jovens Engajamundo Associação Indígena Apinajé PYKA MEX Associação Onça D’água - Tocantins Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente - ARCA Associação Wyty Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins Cáritas Brasileira Regional Norte 2 Centro de Direitos Humanos de Cristalândia Dom Heriberto Hermes - CDHC Centro de Trabalho Indigenista - CTI Coalizão Pelos Rios Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática Coletivo Goiás Lixo Zero Coletivo Ideias Urbanas Colônia de Pescadores de Araguacema - Copesca Z-5 Comissão Pastoral da Terra - Araguaia-Tocantins Comissão Pastoral da Terra - CPT Pará Comitê de Defesa da Vida Amazônica na bacia do rio Madeira - COMVIDA Conselho Indigenista Missionário regional Goiás-Tocantins Cooperativa de Trabalho de Catadores de Material Reciclável de Bela Vista de Goiás Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB FASE Amazônia Instituto Aldeias Instituto Altair Sales Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental - IDESA Instituto EcomAmor Instituto Madeira Vivo - IMV Instituto Plantadores de Água Instituto Pouso Alto Instituto Santa Dica Instituto Sociedade, População e Natureza - ISPN Instituto Zé Claudio e Maria International Rivers Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB Movimento Estadual de Direitos Humanos e Ambientais do Tocantins Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu - MIQCB Movimento Sos Cerrado Movimento SOS Chapada dos Veadeiros Museu da Águas Brasileiras Núcleo Rondônia do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental Observatório de Conflitos Socioambientais do Matopiba Rede Cerrado Rede Jandyras Rede Pouso Alto Agroecologia Sociedade Ecológica Porto das Antas SOS RIO Piracanjuba Territórios Globais - TG Foto: Antônio Cavalcante/Setran-PA Redação: AVINAC
Por Kiw Assessoria 14 de agosto de 2024
A expansão do cultivo de soja na região do Matopiba está impulsionando a destruição desse bioma, que é a principal fronteira agrícola do Brasil. Apenas 8% do Cerrado é protegido por lei, e a falta de reconhecimento das terras dos povos tradicionais agrava ainda mais essa situação. Mais da metade das queimadas em julho ocorreram nessa fronteira agrícola, evidenciando que o desmatamento descontrolado aumenta o risco de incêndios. Enquanto a Amazônia registrou 4.314 km² de desmatamento, o Cerrado ultrapassou 7.000 km² em apenas um ano. E mesmo com esses números alarmantes, o Cerrado ainda espera por um plano de ação específico do Governo Federal para combater essa devastação. É hora de agir e proteger o bioma Caixa D’Agua do Brasil.
Por Kiw Assessoria 12 de agosto de 2024
Um estudo coordenado por pesquisadores da UFRJ e UFRRJ apontou que as 7 milhões de visitas registradas em parques nacionais em 2016 contribuíram com valores entre 1,2 bilhão e 2,9 bilhões de reais para a economia brasileira. No total, os pesquisadores estimam que as cerca de 16,8 milhões de pessoas que passaram naquele ano por todas as Unidades de Conservação do país geraram entre 76 mil e 133 mil empregos. No Brasil, ainda temos muito espaço para o desenvolvimento dessa economia baseada na conservação. Frente a outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Costa Rica, nossas áreas protegidas e parques nacionais receberam mais visitas, porém se comparado a Estados Unidos e Canadá, não. Além da contribuição econômica, estudos recentes destacam o valor das visitas às áreas protegidas para gerar um apoio societal mais amplo à conservação por parte do público e de atores políticos. Saiba mais em: oeco.org.br
Por Sarah Pires 24 de julho de 2024
Associação Onça D’Água trabalha há 20 anos junto a comunidades rurais que vivem dentro ou no entorno de Áreas de Proteção Ambiental (APAs), influenciando políticas públicas de conservação da biodiversidade no estado
Por Kiw Assessoria 23 de julho de 2024
As atividades da Campanha foram realizadas em Unidades de Conservação, entre os dias 14 a 23 de julho de 2024
Por Kiw Assessoria 21 de junho de 2024
Um artigo científico sobre a Avifauna tocantinense revelou uma riqueza surpreendente e a importância crucial das Unidades de Conservação (UCs) para a sobrevivência das aves na região. O estudo, que compila dados de mais de cinco décadas de pesquisa ornitológica, identificou um total de 720 espécies de aves, das quais 699 possuem evidências documentais de ocorrência no estado.
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