BLOG

BLOG

NOTÍCIAS

Por Kiw Assessoria 23 de dezembro de 2024
No último sábado, 21 de dezembro, o Assentamento Onalício Barros e o Acampamento Beatriz Bandeira, localizados em Caseara/TO, na APA Ilha Bananal/Cantão, foram cenário de uma atividade marcante que consolidou as etapas finais do Projeto Jovem Cerrado. Coordenado pela Associação Onça D’água, o projeto promoveu a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o fortalecimento de quintais produtivos, valorizando saberes agroecológicos e reafirmando o compromisso com a conservação do Cerrado e a com a produção sustentável das comunidades locais. Caylane Souza, jovem liderança de Porto Nacional, explicou como o SAF pode ser um instrumento de transformação ambiental e social. Ela ressaltou que a técnica possibilita regenerar áreas degradadas e melhorar a qualidade de vida das comunidades. “Com o SAF, recuperamos o solo, enriquecemos a microbiota e transformamos o microclima. É gratificante compartilhar esses conhecimentos com a comunidade, vendo as mudanças concretas que ele proporciona”, aponta. Para Geniffe Kariny, jovem liderança do Assentamento Onalício Barros, a chegada do SAF representa mais do que uma técnica sustentável — é uma forma de repensar a interação com o meio ambiente. Ela destacou o impacto da iniciativa em uma região cercada pelo agronegócio, caracterizada por monocultura em grande escala. “Essa iniciativa traz uma nova forma de interagir com o meio ambiente. Trabalhar em equipe, envolvendo jovens e adultos, reforça o protagonismo comunitário e a consciência ambiental que tanto precisamos”, compartilha. A jovem Nathalia Sales, do Acampamento Beatriz Bandeira, trouxe à tona o papel essencial da juventude no projeto. Ela enfatizou que a vivência prática é um aprendizado que servirá como base para iniciativas futuras. “Com essa vivência, estamos mais confiantes para implementar outras ações no próximo ano. É uma oportunidade de ampliar o impacto do desenvolvimento sustentável em nossa comunidade”, diz. Lidejane Lopes, presidente da Associação de Mulheres Agroextrativistas da APA Cantão (AMA Cantão), compartilhou sua satisfação em ver como o SAF pode trazer resultados concretos mesmo em pequenos espaços. Ela destacou que o sistema é acessível e de alta produtividade, permitindo a organização de diversas culturas, como mangaba, banana, mandioca, açafrão e feijão. “Trabalhar coletivamente foi uma experiência enriquecedora. O SAF mostrou que com organização e baixo custo podemos transformar pequenas áreas em grandes oportunidades”. Já Ana Lúcia Rodrigues, moradora do Assentamento Onalício Barros, presidente da Associação Antonio Francisco Brasil, e militante do MST Tocantins, refletiu sobre como o trabalho coletivo e a prática do SAF trouxeram novas perspectivas para a comunidade. Segundo ela, o aprendizado ajudou a superar medos e encorajou a todos a acreditar na viabilidade da técnica. “Antes, parecia impossível implementar um SAF, mas hoje vimos que, com união, é totalmente viável. A juventude nos inspira e nos dá certeza de que estamos construindo um futuro promissor para todos”, destaca. O evento, realizado na Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão, contou com o apoio do Fundo Casa Socioambiental e colaboração da Coalizão Vozes do Tocantins e da AMA Cantão. A iniciativa foi além da técnica, fortalecendo o protagonismo comunitário e destacando a juventude como agentes de transformação.
Por Kiw Assessoria 28 de outubro de 2024
No dia 25 de outubro de 2024, a comunidade do Quilombo do Prata, em São Félix do Tocantins, na região do Jalapão, consolidou o resgate da cultura de aproveitamento de frutos do Cerrado, a partir da Farinhada de Jatobá, reunindo gerações em torno deste que é um dos frutos mais simbólicos e valiosos do Cerrado. A atividade foi coordenada pela família de Darlene, importante liderança local, e contou com a participação da comunidade e de apoiadores institucionais, interessados em vivenciar esse momento de cuidado, cultura e sustentabilidade. O jatobá (Hymenaea courbaril), árvore nativa do Cerrado, é reverenciado não apenas por sua resistência ao clima seco da região, mas também por seu fruto, que possui um alto valor nutritivo e é utilizado em diversas práticas alimentares. A produção da farinha do jatobé é uma tradição mantida pelas famílias em comunidades rurais e representa muito mais do que uma prática econômica: é um ato de resistência e manutenção dos saberes no contexto alimentar e medicinal, que são repassados de geração em geração. A farinha extraída do jatobá é rica em fibras, cálcio e magnésio, tornando-se um alimento fundamental na dieta das comunidades locais. O agroextrativista Zé Mininim, figura muito conhecida pelo manejo do jatobá na região, explica que o fruto vem se tornando um alimento valioso e ganhando espaço em diversas áreas, como na merenda escolar e até em sorveterias. “Sabemos que há potencial para muito mais. É importante promover a educação florestal pois muitos jovens ainda não conhecem a importância do produto. Considero que é uma árvore de grande valor e precisamos incentivar a valorização”, diz. Na oportunidade, a Associação Onça D’água fez a entrega oficial de uma despolpadeira de frutos à Zé Mininim, um equipamento adaptado pelo inventor Enoque Oliveira Freitas para despolpar a farinha do fruto do jatobá, equipamento prático que será um marco na produção desse tipo de farinha, antes processada com uso do pilão de madeira, onde o processo era todo manual e com baixo rendimento. Rejane Nunes, supervisora da Área de Proteção Ambiental (APA) Jalapão aponta que desde que assumiu a gestão em 2015, o extrativismo sustentável tornou-se uma prioridade. “Parte da renda das famílias locais vem da venda dos frutos do Cerrado, e nossa missão é apoiar todas essas famílias. Atuamos por meio da Rede Jalapão, que é uma rede de colaboradores composta por comunitários, instituições e parceiros. Temos sempre um olhar especial para essas comunidades, buscando melhorar a renda, a qualidade de vida e a segurança alimentar”, comenta. Para Darlene Francisca, anfitriã do evento, é gratificante ver que todos estão juntos nessa causa, pois a natureza está se deteriorando e precisa urgentemente de atenção. “Na produção da farinha, fazemos o manejo sustentável. Não colhemos todo o Jatobá, deixando parte dele para que possa crescer mais árvores. Além disso, quando retiramos os caroços, os jogamos de volta na natureza para que novos pés do fruto possam nascer”, manifestou. A jovem liderança Nathália Sales, participou pela segunda vez de uma farinhada, por meio do Projeto JOVEM CERRADO, e destaca que sua primeira experiência foi no Assentamento Onalício Barros, em Caseara/TO. “Através disto, percebemos a valorização dos frutos do Cerrado e a união das pessoas. Isso nos dá mais coragem para implementar nossos projetos no Assentamento de onde venho, em parceria com o Acampamento Beatriz Bandeira. Por lá teremos a horta comunitária, o sistema agroflorestal (SAF), tanques de peixes, apicultura e muitas outras iniciativas que estão sendo desenvolvidas em conjunto. A união das pessoas na Farinhada de Jatobá nos inspira”, diz. A Farinhada de Jatobá foi um momento de integração comunitária, onde jovens, adultos e idosos trabalharam em conjunto, fortalecendo os laços que sustentam a vida. Mais do que uma atividade produtiva, um ritual de comunhão com a natureza e de respeito aos ciclos do Cerrado, mostrando que é possível harmonizar o uso dos recursos naturais com a preservação do bioma. Durante o evento, foram trocadas experiências sobre o manejo sustentável do jatobá e o papel que ele desempenha na segurança alimentar e na economia das comunidades. O manejo extrativista desse fruto não apenas gera renda para as famílias, mas também garante a continuidade das práticas agroextrativistas que protegem o bioma de formas predatórias de exploração. A prática integra a produção alimentar com a proteção ambiental, ressaltando a importância de preservar as áreas naturais ao mesmo tempo em que se utilizam de forma consciente seus recursos. A realização do evento foi da Associação Onça D’água e do Povoado Quilombo do Prata, com o apoio do Fundo Casa Socioambiental, da Coalizão Vozes do Tocantins e da Área de Proteção Ambiental Jalapão (APA Jalapão). Nota: Enoque Oliveira Freitas é inventor e proprietário da empresa Plasnautica, que recicla materiais plásticos para produção de bancos ecológicos, cadeiras escolares, barcos e outros produtos, apoiando a reciclagem no município de Palmas e ajudando na conservação da natureza.
Por Kiw Assessoria 28 de outubro de 2024
No dia 24 de outubro de 2024, o Projeto Jovem Cerrado realizou a 2ª Roda de Conversa e Oficina de Comunicação no Povoado Quilombo do Prata, em São Félix do Tocantins, região do Jalapão. O evento reuniu jovens e lideranças comunitárias para debates e trocas de conhecimento sobre o papel da comunicação como ferramenta essencial para fortalecer as tradições locais e promover a sustentabilidade no Cerrado. Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de aprender novas formas de comunicação comunitária, explorando maneiras de expressar suas realidades e os desafios enfrentados por suas comunidades. Técnicas de comunicação visual, escrita e uso de redes sociais foram compartilhadas para ajudar a visibilizar temas cruciais para a região, como a preservação ambiental, o agroextrativismo e a valorização das culturas. Gabriela Sousa, jovem liderança do Quilombo do Prata, destacou a relevância do encontro para os jovens locais. "Contamos com a participação de jovens da nossa comunidade e da região em um dia de muito aprendizado. Tivemos momentos de trocas importantes no qual esperamos ter contribuído para a manutenção do Cerrado em pé e sustentabilidade nas comunidades!", ressaltou Gabriela. Caylane Souza, jovem liderança do Projeto Jovem Cerrado, enfatizou o impacto dos jovens na condução de eventos como este: "É muito importante ter esses eventos liderados por jovens, uma vez que a gente pode conscientizar esses jovens e isso acaba beneficiando-os de forma benéfica Esperamos ainda que eles possam estar compartilhando isso em suas comunidades para que surjam novas lideranças para nos acompanhar nessa luta”, diz. Para Fernando Pereira, jovem participante do evento, a experiência foi enriquecedora: "Eu só tenho a gratidão por um momento tão rico e de trocas que são permitidas no cenário que vivemos. O Cerrado é a nossa casa, um ambiente incrível que nos deixa maravilhados com cada oportunidade que ele dá, como frutas valiosas, uma casa para os animais e muitas outras coisas. Mas precisamos cuidar deste bem, respeitando ele e tirando apenas aquilo que ele nos dá”, afirma. O encontro também foi marcado por momentos de diálogo, onde os jovens puderam refletir sobre a importância de dar voz às suas experiências e conhecimentos. As conversas abriram espaço para discutir o futuro das comunidades e como a comunicação pode ser utilizada como uma ferramenta de resistência e transformação social, fortalecendo o engajamento da juventude na proteção do bioma e na manutenção das tradições. Essa ação integra as atividades do Projeto Jovem Cerrado, desenvolvido pela Associação Onça D'água em parceria com os jovens do Assentamento Onalício Barros, Povoado Quilombo do Prata e Acampamento Beatriz Bandeira. O projeto conta com o apoio do Fundo Casa e da Coalizão Vozes do Tocantins.
Por Kiw Assessoria 22 de outubro de 2024
No dia 19 de outubro de 2024, foi realizada a Farinhada de Jatobá no Assentamento Onalício Barros, em Caseara - TO. O evento contou com a participação da juventude do Projeto Jovem Cerrado, apoiados pela Associação Onça D'água, que apoia a gestão de Unidades de Conservação no Tocantins, e da Associação de Mulheres Agroextrativistas do Cantão (Ama Cantão). A atividade valoriza a prática do agroextrativismo, ressaltando a sabedoria ancestral e a segurança alimentar, com foco na conservação do Cerrado. O jatobá é utilizado no processamento de alimentos devido ao seu valor nutricional, se destacando no enriquecimento de bolos, pães, biscoitos e vitaminas, contribuindo para a alimentação natural e saudável. Para Lidejane Lopes, presidente da Ama Cantão, o momento representa um cuidado essencial com a árvore do jatobá, vital para o bioma local. Ela destacou o potencial econômico do jatobá, que beneficia mulheres rurais e jovens interessados na preservação do Cerrado. "Queremos manter o Cerrado em pé e mostrar que outras frutas também têm valor. É possível trabalhar em conjunto, unindo esforços com todos os parceiros", afirmou. A presidente agradeceu aos parceiros que tornam o evento possível, a Associação Onça D’água, o Fundo Casa Socioambiental e a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática. Agradece especialmente a presença do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). "A valorização dos frutos do Cerrado é importante para gerar renda e fortalecer as comunidades. Esta é a segunda farinhada no Onalicio Barros, e pretendemos realizá-la anualmente, formando uma rede de pessoas que se importam com o meio ambiente", acrescentou. Ana Lúcia Rodrigues, presidente da Associação Antônio Francisco Brasil e militante do Movimento Sem Terra (MST), também apontou a importância da farinhada. "Agradecemos aos parceiros por estarem presentes. É gratificante receber a farinhada aqui, pois isso motiva mulheres extrativistas e a juventude a se unirem na luta pela proteção do Cerrado", afirmou. A militante destacou que cuidar da natureza é uma responsabilidade coletiva. "Se não cuidarmos, tudo pode acabar, especialmente o Cerrado. A farinhada do jatobá oferece benefícios nutricionais e promove uma alimentação saudável, que estamos introduzindo em nossas vidas e ensinando às nossas crianças. Nossos parceiros contribuem para fortalecer as comunidades e a base para o cuidado do Cerrado", completou. A jovem Geniffe Kariny, representante do Projeto Jovem Cerrado, expressou satisfação em participar do evento. "Estamos na Farinhada de Jatobá, que é uma oportunidade de troca de experiências entre jovens, mulheres e adultos. É valioso compartilhar momentos como este", disse Genife, destacando a importância da união entre as gerações para a preservação dos saberes do Cerrado.  A Farinhada de Jatobá, além de valorizar os conhecimentos tradicionais na produção da farinha, conta com o apoio de diversas organizações, como o Fundo Casa Socioambiental, a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática, a APA Ilha do Bananal/Cantão. A iniciativa destacou o fortalecimento comunitário e a valorização das práticas sustentáveis, fundamentais para a preservação dos recursos naturais e para a autonomia alimentar das famílias do assentamento.
Por Ascom Avinac 30 de agosto de 2024
Indicando uma série de ilegalidades, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação que pede a anulação do licenciamento concedido para a construção de trecho de hidrovia no Pará. A iniciativa foi endossada por pesquisadores em Audiência Pública nesta quarta-feira (28), realizada pela Comissão de Meio Ambiente do Senado. O projeto denominado “Dragagem e Derrocagem da Via Navegável do Rio Tocantins” é uma nova tentativa de viabilizar a Hidrovia Araguaia-Tocantins e acende alerta para organizações em toda a extensão dos rios, que perpassam Pará, Tocantins e Goiás. Mais de 50 organizações da sociedade civil se manifestaram. O projeto, organizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), busca facilitar o escoamento de commodities agrícolas e minerais, mas envolve intervenções significativas no leito do rio Tocantins e, conforme ação do MPF, faltou ser realizada consulta prévia, livre e informada às comunidades que devem ser impactadas, e não houve a demonstração de viabilidade da obra. As intervenções incluem a retirada de bancos de areia (dragagem) e de afloramentos rochosos (derrocagem) ao longo de 560 km, criando um canal de navegação para grandes embarcações e comboios de barcaças. No entanto, para avançar com o empreendimento, foram adotados artifícios ilegais e sem embasamento técnico que reduziram artificialmente as “áreas de influência” do projeto. Inicialmente, o empreendimento licenciado era a Hidrovia, mas após mudança de entendimento institucional, a avaliação de impactos ambientais foi restrita apenas às obras propostas, como um fatiamento das licenças ambientais, desconsiderando as consequências da hidrovia como um todo. Além disso, foram adotados critérios artificiais para o cálculo de abrangência de impactos diretos e indiretos (3 km em caso de comunidades ribeirinhas e 10 km no caso de comunidades indígenas e quilombolas), o que exclui diversas comunidades que realizam atividades tradicionais de pesca e navegação na região. “O resultado prático de uma avaliação incompleta é a precarização da vida e o empobrecimento das comunidades ribeirinhas. Portanto, a classificação como atividade não impactante jamais poderia ter sido adotada como premissa, pois carece de embasamento técnico e desconsidera a relação inextrincável entre a obra e o aumento do trânsito de embarcações”, explica o Ministério Público Federal na referida ação. Os impactos potenciais deste empreendimento são alarmantes e abrangem diferentes aspectos. O canal de navegação pode provocar erosão das margens e ilhas, alterar a força, velocidade e direção das correntes, contaminar a água por efluentes e outros danos à qualidade da água. A dragagem e a derrocagem podem afugentar e perturbar o comportamento da ictiofauna, dificultar a recuperação dos estoques pesqueiros (região de lagos, lagoas e berçários naturais) e introduzir espécies exóticas no ecossistema. As mudanças nas rotas de navegação e locais de pesca, somadas ao aumento do esforço pesqueiro, podem reduzir a lucratividade da atividade. Vindo a comprometer toda a cadeia produtiva da pesca. A pesca artesanal, amadora e o Turismo da Pesca Esportiva no rio Tocantins, são as atividades econômicas mais importantes na região, e qualquer impacto terá repercussões graves sobre a segurança alimentar e nutricional dessas comunidades. A perda e alteração do habitat aquático e a diminuição da atividade pesqueira são consequências esperadas, com magnitude e relevância elevadas. No mais, diante das mudanças do clima, conforme as previsões de crise hídrica, a navegabilidade do Rio Tocantins pode ser seriamente comprometida, tornando o investimento, que é bilionário, um desperdício de recursos públicos, com os custos recaindo sobre a sociedade e o meio ambiente. Diante dessa situação, organizações com atuação nos três estados afetados iniciaram mobilização para discutir e divulgar os perigos que esse empreendimento representa, se opondo à continuidade da obra sem os devidos estudos, consultas e licenças que levem em consideração a amplitude dos impactos socioambientais. Desta forma, assinam este posicionamento as seguintes organizações. Confira a Ação do Ministério Público Federal na íntegra aqui: https://www.mpf.mp.br/pa/sala-de-imprensa/documentos/2024/acp-mpf-anulacao-licenca-derrocamento-pedral-lourenco-1035924-87-2024-4-01-3900.pdf A Vida no Cerrado - AVINC Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins - APA-TO Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins - ARPIT Articulação Tocantinense de Agroecologia - ATA Associação Alternativa Terrazul Associação Brasileira de Antropologia - ABA Associação da Comunidade Ribeirinha Extrativista Vila Tauiry - ACREVITA Associação de Amigos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - AVE Associação de Jovens Engajamundo Associação Indígena Apinajé PYKA MEX Associação Onça D’água - Tocantins Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente - ARCA Associação Wyty Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins Cáritas Brasileira Regional Norte 2 Centro de Direitos Humanos de Cristalândia Dom Heriberto Hermes - CDHC Centro de Trabalho Indigenista - CTI Coalizão Pelos Rios Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática Coletivo Goiás Lixo Zero Coletivo Ideias Urbanas Colônia de Pescadores de Araguacema - Copesca Z-5 Comissão Pastoral da Terra - Araguaia-Tocantins Comissão Pastoral da Terra - CPT Pará Comitê de Defesa da Vida Amazônica na bacia do rio Madeira - COMVIDA Conselho Indigenista Missionário regional Goiás-Tocantins Cooperativa de Trabalho de Catadores de Material Reciclável de Bela Vista de Goiás Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB FASE Amazônia Instituto Aldeias Instituto Altair Sales Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental - IDESA Instituto EcomAmor Instituto Madeira Vivo - IMV Instituto Plantadores de Água Instituto Pouso Alto Instituto Santa Dica Instituto Sociedade, População e Natureza - ISPN Instituto Zé Claudio e Maria International Rivers Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB Movimento Estadual de Direitos Humanos e Ambientais do Tocantins Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu - MIQCB Movimento Sos Cerrado Movimento SOS Chapada dos Veadeiros Museu da Águas Brasileiras Núcleo Rondônia do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental Observatório de Conflitos Socioambientais do Matopiba Rede Cerrado Rede Jandyras Rede Pouso Alto Agroecologia Sociedade Ecológica Porto das Antas SOS RIO Piracanjuba Territórios Globais - TG Foto: Antônio Cavalcante/Setran-PA Redação: AVINAC
Por Kiw Assessoria 14 de agosto de 2024
A expansão do cultivo de soja na região do Matopiba está impulsionando a destruição desse bioma, que é a principal fronteira agrícola do Brasil. Apenas 8% do Cerrado é protegido por lei, e a falta de reconhecimento das terras dos povos tradicionais agrava ainda mais essa situação. Mais da metade das queimadas em julho ocorreram nessa fronteira agrícola, evidenciando que o desmatamento descontrolado aumenta o risco de incêndios. Enquanto a Amazônia registrou 4.314 km² de desmatamento, o Cerrado ultrapassou 7.000 km² em apenas um ano. E mesmo com esses números alarmantes, o Cerrado ainda espera por um plano de ação específico do Governo Federal para combater essa devastação. É hora de agir e proteger o bioma Caixa D’Agua do Brasil.
Por Kiw Assessoria 12 de agosto de 2024
Um estudo coordenado por pesquisadores da UFRJ e UFRRJ apontou que as 7 milhões de visitas registradas em parques nacionais em 2016 contribuíram com valores entre 1,2 bilhão e 2,9 bilhões de reais para a economia brasileira. No total, os pesquisadores estimam que as cerca de 16,8 milhões de pessoas que passaram naquele ano por todas as Unidades de Conservação do país geraram entre 76 mil e 133 mil empregos. No Brasil, ainda temos muito espaço para o desenvolvimento dessa economia baseada na conservação. Frente a outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Costa Rica, nossas áreas protegidas e parques nacionais receberam mais visitas, porém se comparado a Estados Unidos e Canadá, não. Além da contribuição econômica, estudos recentes destacam o valor das visitas às áreas protegidas para gerar um apoio societal mais amplo à conservação por parte do público e de atores políticos. Saiba mais em: oeco.org.br
Por Sarah Pires 24 de julho de 2024
Associação Onça D’Água trabalha há 20 anos junto a comunidades rurais que vivem dentro ou no entorno de Áreas de Proteção Ambiental (APAs), influenciando políticas públicas de conservação da biodiversidade no estado
Por Kiw Assessoria 23 de julho de 2024
As atividades da Campanha foram realizadas em Unidades de Conservação, entre os dias 14 a 23 de julho de 2024
Por Kiw Assessoria 21 de junho de 2024
Um artigo científico sobre a Avifauna tocantinense revelou uma riqueza surpreendente e a importância crucial das Unidades de Conservação (UCs) para a sobrevivência das aves na região. O estudo, que compila dados de mais de cinco décadas de pesquisa ornitológica, identificou um total de 720 espécies de aves, das quais 699 possuem evidências documentais de ocorrência no estado.
Por Kiw Assessoria 23 de dezembro de 2024
No último sábado, 21 de dezembro, o Assentamento Onalício Barros e o Acampamento Beatriz Bandeira, localizados em Caseara/TO, na APA Ilha Bananal/Cantão, foram cenário de uma atividade marcante que consolidou as etapas finais do Projeto Jovem Cerrado. Coordenado pela Associação Onça D’água, o projeto promoveu a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o fortalecimento de quintais produtivos, valorizando saberes agroecológicos e reafirmando o compromisso com a conservação do Cerrado e a com a produção sustentável das comunidades locais. Caylane Souza, jovem liderança de Porto Nacional, explicou como o SAF pode ser um instrumento de transformação ambiental e social. Ela ressaltou que a técnica possibilita regenerar áreas degradadas e melhorar a qualidade de vida das comunidades. “Com o SAF, recuperamos o solo, enriquecemos a microbiota e transformamos o microclima. É gratificante compartilhar esses conhecimentos com a comunidade, vendo as mudanças concretas que ele proporciona”, aponta. Para Geniffe Kariny, jovem liderança do Assentamento Onalício Barros, a chegada do SAF representa mais do que uma técnica sustentável — é uma forma de repensar a interação com o meio ambiente. Ela destacou o impacto da iniciativa em uma região cercada pelo agronegócio, caracterizada por monocultura em grande escala. “Essa iniciativa traz uma nova forma de interagir com o meio ambiente. Trabalhar em equipe, envolvendo jovens e adultos, reforça o protagonismo comunitário e a consciência ambiental que tanto precisamos”, compartilha. A jovem Nathalia Sales, do Acampamento Beatriz Bandeira, trouxe à tona o papel essencial da juventude no projeto. Ela enfatizou que a vivência prática é um aprendizado que servirá como base para iniciativas futuras. “Com essa vivência, estamos mais confiantes para implementar outras ações no próximo ano. É uma oportunidade de ampliar o impacto do desenvolvimento sustentável em nossa comunidade”, diz. Lidejane Lopes, presidente da Associação de Mulheres Agroextrativistas da APA Cantão (AMA Cantão), compartilhou sua satisfação em ver como o SAF pode trazer resultados concretos mesmo em pequenos espaços. Ela destacou que o sistema é acessível e de alta produtividade, permitindo a organização de diversas culturas, como mangaba, banana, mandioca, açafrão e feijão. “Trabalhar coletivamente foi uma experiência enriquecedora. O SAF mostrou que com organização e baixo custo podemos transformar pequenas áreas em grandes oportunidades”. Já Ana Lúcia Rodrigues, moradora do Assentamento Onalício Barros, presidente da Associação Antonio Francisco Brasil, e militante do MST Tocantins, refletiu sobre como o trabalho coletivo e a prática do SAF trouxeram novas perspectivas para a comunidade. Segundo ela, o aprendizado ajudou a superar medos e encorajou a todos a acreditar na viabilidade da técnica. “Antes, parecia impossível implementar um SAF, mas hoje vimos que, com união, é totalmente viável. A juventude nos inspira e nos dá certeza de que estamos construindo um futuro promissor para todos”, destaca. O evento, realizado na Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão, contou com o apoio do Fundo Casa Socioambiental e colaboração da Coalizão Vozes do Tocantins e da AMA Cantão. A iniciativa foi além da técnica, fortalecendo o protagonismo comunitário e destacando a juventude como agentes de transformação.
Por Kiw Assessoria 28 de outubro de 2024
No dia 25 de outubro de 2024, a comunidade do Quilombo do Prata, em São Félix do Tocantins, na região do Jalapão, consolidou o resgate da cultura de aproveitamento de frutos do Cerrado, a partir da Farinhada de Jatobá, reunindo gerações em torno deste que é um dos frutos mais simbólicos e valiosos do Cerrado. A atividade foi coordenada pela família de Darlene, importante liderança local, e contou com a participação da comunidade e de apoiadores institucionais, interessados em vivenciar esse momento de cuidado, cultura e sustentabilidade. O jatobá (Hymenaea courbaril), árvore nativa do Cerrado, é reverenciado não apenas por sua resistência ao clima seco da região, mas também por seu fruto, que possui um alto valor nutritivo e é utilizado em diversas práticas alimentares. A produção da farinha do jatobé é uma tradição mantida pelas famílias em comunidades rurais e representa muito mais do que uma prática econômica: é um ato de resistência e manutenção dos saberes no contexto alimentar e medicinal, que são repassados de geração em geração. A farinha extraída do jatobá é rica em fibras, cálcio e magnésio, tornando-se um alimento fundamental na dieta das comunidades locais. O agroextrativista Zé Mininim, figura muito conhecida pelo manejo do jatobá na região, explica que o fruto vem se tornando um alimento valioso e ganhando espaço em diversas áreas, como na merenda escolar e até em sorveterias. “Sabemos que há potencial para muito mais. É importante promover a educação florestal pois muitos jovens ainda não conhecem a importância do produto. Considero que é uma árvore de grande valor e precisamos incentivar a valorização”, diz. Na oportunidade, a Associação Onça D’água fez a entrega oficial de uma despolpadeira de frutos à Zé Mininim, um equipamento adaptado pelo inventor Enoque Oliveira Freitas para despolpar a farinha do fruto do jatobá, equipamento prático que será um marco na produção desse tipo de farinha, antes processada com uso do pilão de madeira, onde o processo era todo manual e com baixo rendimento. Rejane Nunes, supervisora da Área de Proteção Ambiental (APA) Jalapão aponta que desde que assumiu a gestão em 2015, o extrativismo sustentável tornou-se uma prioridade. “Parte da renda das famílias locais vem da venda dos frutos do Cerrado, e nossa missão é apoiar todas essas famílias. Atuamos por meio da Rede Jalapão, que é uma rede de colaboradores composta por comunitários, instituições e parceiros. Temos sempre um olhar especial para essas comunidades, buscando melhorar a renda, a qualidade de vida e a segurança alimentar”, comenta. Para Darlene Francisca, anfitriã do evento, é gratificante ver que todos estão juntos nessa causa, pois a natureza está se deteriorando e precisa urgentemente de atenção. “Na produção da farinha, fazemos o manejo sustentável. Não colhemos todo o Jatobá, deixando parte dele para que possa crescer mais árvores. Além disso, quando retiramos os caroços, os jogamos de volta na natureza para que novos pés do fruto possam nascer”, manifestou. A jovem liderança Nathália Sales, participou pela segunda vez de uma farinhada, por meio do Projeto JOVEM CERRADO, e destaca que sua primeira experiência foi no Assentamento Onalício Barros, em Caseara/TO. “Através disto, percebemos a valorização dos frutos do Cerrado e a união das pessoas. Isso nos dá mais coragem para implementar nossos projetos no Assentamento de onde venho, em parceria com o Acampamento Beatriz Bandeira. Por lá teremos a horta comunitária, o sistema agroflorestal (SAF), tanques de peixes, apicultura e muitas outras iniciativas que estão sendo desenvolvidas em conjunto. A união das pessoas na Farinhada de Jatobá nos inspira”, diz. A Farinhada de Jatobá foi um momento de integração comunitária, onde jovens, adultos e idosos trabalharam em conjunto, fortalecendo os laços que sustentam a vida. Mais do que uma atividade produtiva, um ritual de comunhão com a natureza e de respeito aos ciclos do Cerrado, mostrando que é possível harmonizar o uso dos recursos naturais com a preservação do bioma. Durante o evento, foram trocadas experiências sobre o manejo sustentável do jatobá e o papel que ele desempenha na segurança alimentar e na economia das comunidades. O manejo extrativista desse fruto não apenas gera renda para as famílias, mas também garante a continuidade das práticas agroextrativistas que protegem o bioma de formas predatórias de exploração. A prática integra a produção alimentar com a proteção ambiental, ressaltando a importância de preservar as áreas naturais ao mesmo tempo em que se utilizam de forma consciente seus recursos. A realização do evento foi da Associação Onça D’água e do Povoado Quilombo do Prata, com o apoio do Fundo Casa Socioambiental, da Coalizão Vozes do Tocantins e da Área de Proteção Ambiental Jalapão (APA Jalapão). Nota: Enoque Oliveira Freitas é inventor e proprietário da empresa Plasnautica, que recicla materiais plásticos para produção de bancos ecológicos, cadeiras escolares, barcos e outros produtos, apoiando a reciclagem no município de Palmas e ajudando na conservação da natureza.
Por Kiw Assessoria 28 de outubro de 2024
No dia 24 de outubro de 2024, o Projeto Jovem Cerrado realizou a 2ª Roda de Conversa e Oficina de Comunicação no Povoado Quilombo do Prata, em São Félix do Tocantins, região do Jalapão. O evento reuniu jovens e lideranças comunitárias para debates e trocas de conhecimento sobre o papel da comunicação como ferramenta essencial para fortalecer as tradições locais e promover a sustentabilidade no Cerrado. Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de aprender novas formas de comunicação comunitária, explorando maneiras de expressar suas realidades e os desafios enfrentados por suas comunidades. Técnicas de comunicação visual, escrita e uso de redes sociais foram compartilhadas para ajudar a visibilizar temas cruciais para a região, como a preservação ambiental, o agroextrativismo e a valorização das culturas. Gabriela Sousa, jovem liderança do Quilombo do Prata, destacou a relevância do encontro para os jovens locais. "Contamos com a participação de jovens da nossa comunidade e da região em um dia de muito aprendizado. Tivemos momentos de trocas importantes no qual esperamos ter contribuído para a manutenção do Cerrado em pé e sustentabilidade nas comunidades!", ressaltou Gabriela. Caylane Souza, jovem liderança do Projeto Jovem Cerrado, enfatizou o impacto dos jovens na condução de eventos como este: "É muito importante ter esses eventos liderados por jovens, uma vez que a gente pode conscientizar esses jovens e isso acaba beneficiando-os de forma benéfica Esperamos ainda que eles possam estar compartilhando isso em suas comunidades para que surjam novas lideranças para nos acompanhar nessa luta”, diz. Para Fernando Pereira, jovem participante do evento, a experiência foi enriquecedora: "Eu só tenho a gratidão por um momento tão rico e de trocas que são permitidas no cenário que vivemos. O Cerrado é a nossa casa, um ambiente incrível que nos deixa maravilhados com cada oportunidade que ele dá, como frutas valiosas, uma casa para os animais e muitas outras coisas. Mas precisamos cuidar deste bem, respeitando ele e tirando apenas aquilo que ele nos dá”, afirma. O encontro também foi marcado por momentos de diálogo, onde os jovens puderam refletir sobre a importância de dar voz às suas experiências e conhecimentos. As conversas abriram espaço para discutir o futuro das comunidades e como a comunicação pode ser utilizada como uma ferramenta de resistência e transformação social, fortalecendo o engajamento da juventude na proteção do bioma e na manutenção das tradições. Essa ação integra as atividades do Projeto Jovem Cerrado, desenvolvido pela Associação Onça D'água em parceria com os jovens do Assentamento Onalício Barros, Povoado Quilombo do Prata e Acampamento Beatriz Bandeira. O projeto conta com o apoio do Fundo Casa e da Coalizão Vozes do Tocantins.
Por Kiw Assessoria 22 de outubro de 2024
No dia 19 de outubro de 2024, foi realizada a Farinhada de Jatobá no Assentamento Onalício Barros, em Caseara - TO. O evento contou com a participação da juventude do Projeto Jovem Cerrado, apoiados pela Associação Onça D'água, que apoia a gestão de Unidades de Conservação no Tocantins, e da Associação de Mulheres Agroextrativistas do Cantão (Ama Cantão). A atividade valoriza a prática do agroextrativismo, ressaltando a sabedoria ancestral e a segurança alimentar, com foco na conservação do Cerrado. O jatobá é utilizado no processamento de alimentos devido ao seu valor nutricional, se destacando no enriquecimento de bolos, pães, biscoitos e vitaminas, contribuindo para a alimentação natural e saudável. Para Lidejane Lopes, presidente da Ama Cantão, o momento representa um cuidado essencial com a árvore do jatobá, vital para o bioma local. Ela destacou o potencial econômico do jatobá, que beneficia mulheres rurais e jovens interessados na preservação do Cerrado. "Queremos manter o Cerrado em pé e mostrar que outras frutas também têm valor. É possível trabalhar em conjunto, unindo esforços com todos os parceiros", afirmou. A presidente agradeceu aos parceiros que tornam o evento possível, a Associação Onça D’água, o Fundo Casa Socioambiental e a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática. Agradece especialmente a presença do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). "A valorização dos frutos do Cerrado é importante para gerar renda e fortalecer as comunidades. Esta é a segunda farinhada no Onalicio Barros, e pretendemos realizá-la anualmente, formando uma rede de pessoas que se importam com o meio ambiente", acrescentou. Ana Lúcia Rodrigues, presidente da Associação Antônio Francisco Brasil e militante do Movimento Sem Terra (MST), também apontou a importância da farinhada. "Agradecemos aos parceiros por estarem presentes. É gratificante receber a farinhada aqui, pois isso motiva mulheres extrativistas e a juventude a se unirem na luta pela proteção do Cerrado", afirmou. A militante destacou que cuidar da natureza é uma responsabilidade coletiva. "Se não cuidarmos, tudo pode acabar, especialmente o Cerrado. A farinhada do jatobá oferece benefícios nutricionais e promove uma alimentação saudável, que estamos introduzindo em nossas vidas e ensinando às nossas crianças. Nossos parceiros contribuem para fortalecer as comunidades e a base para o cuidado do Cerrado", completou. A jovem Geniffe Kariny, representante do Projeto Jovem Cerrado, expressou satisfação em participar do evento. "Estamos na Farinhada de Jatobá, que é uma oportunidade de troca de experiências entre jovens, mulheres e adultos. É valioso compartilhar momentos como este", disse Genife, destacando a importância da união entre as gerações para a preservação dos saberes do Cerrado.  A Farinhada de Jatobá, além de valorizar os conhecimentos tradicionais na produção da farinha, conta com o apoio de diversas organizações, como o Fundo Casa Socioambiental, a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática, a APA Ilha do Bananal/Cantão. A iniciativa destacou o fortalecimento comunitário e a valorização das práticas sustentáveis, fundamentais para a preservação dos recursos naturais e para a autonomia alimentar das famílias do assentamento.
Por Ascom Avinac 30 de agosto de 2024
Indicando uma série de ilegalidades, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação que pede a anulação do licenciamento concedido para a construção de trecho de hidrovia no Pará. A iniciativa foi endossada por pesquisadores em Audiência Pública nesta quarta-feira (28), realizada pela Comissão de Meio Ambiente do Senado. O projeto denominado “Dragagem e Derrocagem da Via Navegável do Rio Tocantins” é uma nova tentativa de viabilizar a Hidrovia Araguaia-Tocantins e acende alerta para organizações em toda a extensão dos rios, que perpassam Pará, Tocantins e Goiás. Mais de 50 organizações da sociedade civil se manifestaram. O projeto, organizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), busca facilitar o escoamento de commodities agrícolas e minerais, mas envolve intervenções significativas no leito do rio Tocantins e, conforme ação do MPF, faltou ser realizada consulta prévia, livre e informada às comunidades que devem ser impactadas, e não houve a demonstração de viabilidade da obra. As intervenções incluem a retirada de bancos de areia (dragagem) e de afloramentos rochosos (derrocagem) ao longo de 560 km, criando um canal de navegação para grandes embarcações e comboios de barcaças. No entanto, para avançar com o empreendimento, foram adotados artifícios ilegais e sem embasamento técnico que reduziram artificialmente as “áreas de influência” do projeto. Inicialmente, o empreendimento licenciado era a Hidrovia, mas após mudança de entendimento institucional, a avaliação de impactos ambientais foi restrita apenas às obras propostas, como um fatiamento das licenças ambientais, desconsiderando as consequências da hidrovia como um todo. Além disso, foram adotados critérios artificiais para o cálculo de abrangência de impactos diretos e indiretos (3 km em caso de comunidades ribeirinhas e 10 km no caso de comunidades indígenas e quilombolas), o que exclui diversas comunidades que realizam atividades tradicionais de pesca e navegação na região. “O resultado prático de uma avaliação incompleta é a precarização da vida e o empobrecimento das comunidades ribeirinhas. Portanto, a classificação como atividade não impactante jamais poderia ter sido adotada como premissa, pois carece de embasamento técnico e desconsidera a relação inextrincável entre a obra e o aumento do trânsito de embarcações”, explica o Ministério Público Federal na referida ação. Os impactos potenciais deste empreendimento são alarmantes e abrangem diferentes aspectos. O canal de navegação pode provocar erosão das margens e ilhas, alterar a força, velocidade e direção das correntes, contaminar a água por efluentes e outros danos à qualidade da água. A dragagem e a derrocagem podem afugentar e perturbar o comportamento da ictiofauna, dificultar a recuperação dos estoques pesqueiros (região de lagos, lagoas e berçários naturais) e introduzir espécies exóticas no ecossistema. As mudanças nas rotas de navegação e locais de pesca, somadas ao aumento do esforço pesqueiro, podem reduzir a lucratividade da atividade. Vindo a comprometer toda a cadeia produtiva da pesca. A pesca artesanal, amadora e o Turismo da Pesca Esportiva no rio Tocantins, são as atividades econômicas mais importantes na região, e qualquer impacto terá repercussões graves sobre a segurança alimentar e nutricional dessas comunidades. A perda e alteração do habitat aquático e a diminuição da atividade pesqueira são consequências esperadas, com magnitude e relevância elevadas. No mais, diante das mudanças do clima, conforme as previsões de crise hídrica, a navegabilidade do Rio Tocantins pode ser seriamente comprometida, tornando o investimento, que é bilionário, um desperdício de recursos públicos, com os custos recaindo sobre a sociedade e o meio ambiente. Diante dessa situação, organizações com atuação nos três estados afetados iniciaram mobilização para discutir e divulgar os perigos que esse empreendimento representa, se opondo à continuidade da obra sem os devidos estudos, consultas e licenças que levem em consideração a amplitude dos impactos socioambientais. Desta forma, assinam este posicionamento as seguintes organizações. Confira a Ação do Ministério Público Federal na íntegra aqui: https://www.mpf.mp.br/pa/sala-de-imprensa/documentos/2024/acp-mpf-anulacao-licenca-derrocamento-pedral-lourenco-1035924-87-2024-4-01-3900.pdf A Vida no Cerrado - AVINC Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins - APA-TO Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins - ARPIT Articulação Tocantinense de Agroecologia - ATA Associação Alternativa Terrazul Associação Brasileira de Antropologia - ABA Associação da Comunidade Ribeirinha Extrativista Vila Tauiry - ACREVITA Associação de Amigos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - AVE Associação de Jovens Engajamundo Associação Indígena Apinajé PYKA MEX Associação Onça D’água - Tocantins Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente - ARCA Associação Wyty Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins Cáritas Brasileira Regional Norte 2 Centro de Direitos Humanos de Cristalândia Dom Heriberto Hermes - CDHC Centro de Trabalho Indigenista - CTI Coalizão Pelos Rios Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática Coletivo Goiás Lixo Zero Coletivo Ideias Urbanas Colônia de Pescadores de Araguacema - Copesca Z-5 Comissão Pastoral da Terra - Araguaia-Tocantins Comissão Pastoral da Terra - CPT Pará Comitê de Defesa da Vida Amazônica na bacia do rio Madeira - COMVIDA Conselho Indigenista Missionário regional Goiás-Tocantins Cooperativa de Trabalho de Catadores de Material Reciclável de Bela Vista de Goiás Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB FASE Amazônia Instituto Aldeias Instituto Altair Sales Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental - IDESA Instituto EcomAmor Instituto Madeira Vivo - IMV Instituto Plantadores de Água Instituto Pouso Alto Instituto Santa Dica Instituto Sociedade, População e Natureza - ISPN Instituto Zé Claudio e Maria International Rivers Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB Movimento Estadual de Direitos Humanos e Ambientais do Tocantins Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu - MIQCB Movimento Sos Cerrado Movimento SOS Chapada dos Veadeiros Museu da Águas Brasileiras Núcleo Rondônia do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental Observatório de Conflitos Socioambientais do Matopiba Rede Cerrado Rede Jandyras Rede Pouso Alto Agroecologia Sociedade Ecológica Porto das Antas SOS RIO Piracanjuba Territórios Globais - TG Foto: Antônio Cavalcante/Setran-PA Redação: AVINAC
Por Kiw Assessoria 14 de agosto de 2024
A expansão do cultivo de soja na região do Matopiba está impulsionando a destruição desse bioma, que é a principal fronteira agrícola do Brasil. Apenas 8% do Cerrado é protegido por lei, e a falta de reconhecimento das terras dos povos tradicionais agrava ainda mais essa situação. Mais da metade das queimadas em julho ocorreram nessa fronteira agrícola, evidenciando que o desmatamento descontrolado aumenta o risco de incêndios. Enquanto a Amazônia registrou 4.314 km² de desmatamento, o Cerrado ultrapassou 7.000 km² em apenas um ano. E mesmo com esses números alarmantes, o Cerrado ainda espera por um plano de ação específico do Governo Federal para combater essa devastação. É hora de agir e proteger o bioma Caixa D’Agua do Brasil.
Por Kiw Assessoria 12 de agosto de 2024
Um estudo coordenado por pesquisadores da UFRJ e UFRRJ apontou que as 7 milhões de visitas registradas em parques nacionais em 2016 contribuíram com valores entre 1,2 bilhão e 2,9 bilhões de reais para a economia brasileira. No total, os pesquisadores estimam que as cerca de 16,8 milhões de pessoas que passaram naquele ano por todas as Unidades de Conservação do país geraram entre 76 mil e 133 mil empregos. No Brasil, ainda temos muito espaço para o desenvolvimento dessa economia baseada na conservação. Frente a outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Costa Rica, nossas áreas protegidas e parques nacionais receberam mais visitas, porém se comparado a Estados Unidos e Canadá, não. Além da contribuição econômica, estudos recentes destacam o valor das visitas às áreas protegidas para gerar um apoio societal mais amplo à conservação por parte do público e de atores políticos. Saiba mais em: oeco.org.br
Por Sarah Pires 24 de julho de 2024
Associação Onça D’Água trabalha há 20 anos junto a comunidades rurais que vivem dentro ou no entorno de Áreas de Proteção Ambiental (APAs), influenciando políticas públicas de conservação da biodiversidade no estado
Por Kiw Assessoria 23 de julho de 2024
As atividades da Campanha foram realizadas em Unidades de Conservação, entre os dias 14 a 23 de julho de 2024
Por Kiw Assessoria 21 de junho de 2024
Um artigo científico sobre a Avifauna tocantinense revelou uma riqueza surpreendente e a importância crucial das Unidades de Conservação (UCs) para a sobrevivência das aves na região. O estudo, que compila dados de mais de cinco décadas de pesquisa ornitológica, identificou um total de 720 espécies de aves, das quais 699 possuem evidências documentais de ocorrência no estado.
Veia mais

APRENDA SOBRE BIODIVERSIDADE E PESQUISA EM:

Gestão Informatizada das Unidades de Conservação do Tocantins

SAIBA MAIS

Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira 

SAIBA MAIS

Pesquisa em Unidades de Conservação Federais - SisBio

SAIBA MAIS
Share by: